Foi realmente uma grata conveniência a ideia de esta publicação ter vindo logo após um texto que trata de arte. Os objetivos e temas são bem diferentes, mas muito me agradou essa pequena conexão estabelecida. Aquilo de que falarei hoje é em parte uma discussão, em parte um desabafo. Toda pessoa tem um lado artístico dentro de si, e sempre é muito admirável quando ele se desenvolve e nos dá frutos. Mas a habilidade tem seu preço, e ela traz consigo alguns efeitos colaterais aos quais todos nós, conscientes ou não, somos submetidos. Um contrato invisível e interno dita os direitos e deveres dos artistas. Vale reforçar a noção de que as cláusulas não são concretas, mas sim meramente psicológicas - não que isso as torne mais brandas e suaves. Assim como cada ser humano é único, também o é cada contrato. E a verdade é que eu tenho sofrido com o meu durante os últimos meses e, talvez, até durante o último ano.