Importante: não sou especialista em arte, nem em machine learning. Este texto é apenas uma opinião, com a qual se pode concordar ou da qual se pode discordar. O debate está aberto.
Arte é uma coisa complicada e isso nunca foi novidade para ninguém. Assim como tantos outros conceitos nebulosos, as definições de arte e de seu propósito nunca foram totalmente precisas, ainda que haja incontáveis delas através dos séculos. Isso, é claro, se deve a sua volatilidade e a sua inconstância. A arte como produção é indissociável do fator temporal. Sim, muitas obras transcendem sua época, e essa vida longa lhes confere grande prestígio e sucesso. Não deixam de ser, porém, fruto do presente. Realismo, cubismo, impressionismo, dadaísmo - todos esses são movimentos artísticos distintos inseridos em tempos históricos distintos, cada qual com suas características, sua personalidade e seus artistas. Todos eles têm, entretanto, pelo menos dois aspectos em comum: o materialismo e a humanidade. Telas, paredes, cavernas, muros, esculturas... toda abstração artística sempre possuiu seu receptáculo concreto no mundo real. Além disso, tanto a concepção quanto a manufatura sempre tiveram os humanos como protagonistas. Mas, da segunda metade do século XX até aqui, emergiu um novo movimento, conhecido por arte contemporânea, cujo poder é capaz de abalar esses dois pontos em que toda a arte converge. Será que chegou a hora de inserir uma nota de rodapé na explicação e pôr uma exceção à regra?