sábado, 20 de setembro de 2025

ARK YVES – como me tornei DJ

 Já faz muitos e muitos anos que eu escrevo. Embora a minha história com a escrita não seja assunto para hoje, basta dizer que, como alguns podem lembrar da primeira publicação, eu já tentava a sorte com as palavras em outro blog lá pelo final de 2010. Não apenas isso, mas também concebi uma ou duas histórias que a minha inexperiência nunca me permitiu concluir (destino comum da maioria das que criei até hoje), mas que foram muitíssimo beneficiadas pela imaginação fértil e irrestrita da qual qualquer criança de dez anos pode desfrutar. Sem pressão e sem preocupações, tanto literárias quanto cotidianas, minhas mãos pueris eram livres como animais silvestres, e o lápis voava e voava pelas páginas sem fim, falando sobre personagens e lugares que pareciam cada vez maiores e mais interessantes. É claro que, hoje em dia, a qualidade do que tenho escrito é incomparavelmente melhor; há cuidado com o vocábulo, com a construção frasal e, se eu quiser me fingir de escritor sério, diria que também há planejamento — ou pelo menos a sua versão mais rudimentar possível, a primeira categoria logo acima do aleatório. Com isso, posso concluir que todos esses anos, todas as tentativas e esforços foram essenciais para que as ideias melhorassem, para que as frases se polissem e, mais importante que todo o resto, para que eu fosse capaz de discernir que partes estavam boas, quais necessitavam de retoque, e quais não serviam de jeito nenhum. Foi uma longa, porém perceptível evolução. E mesmo que ela ainda esteja acontecendo, pois nunca acaba, sinto-me orgulhoso e feliz com o que ponho para fora.

O propósito deste prólogo é introduzir e enfatizar a importância da prática e, mais especificamente, do erro, em qualquer área criativa. É conhecimento que se constrói puramente com experiência; não há teoria suficiente que o prepare por completo para isso. É possível aprender, em pouco tempo, sobre estruturas literárias, seus gêneros, jeitos formais e informais de usar o português, as palavras, os sinais de pontuação, e todos esses são aspectos importantes do escrever. Mas inegavelmente a prática constante e teimosa é o que confere ao escritor — ao artista — o seu tato; a sua intuição criativa, o instinto para o que funciona e o que precisa ser refeito, o refinamento do seu gosto subjetivo do que lhe agrada como mestre de sua própria habilidade. Digo isso porque me vejo agora interessado em adquirir uma nova habilidade, um novo poder. E preciso aceitar a inevitável mediocridade que vem com os primeiros passos.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

25

25 de dezembro de 2024

As pessoas, e em particular eu mesmo, têm a tendência de encontrar significados onde se menos espera. Em meio à sequência de eventos em sua esmagadora maioria repetitivos que nos vemos forçados a viver e reviver dia após dia, há um ou outro que foge da rotina – a humanidade ainda não domesticou o acaso. E nesses intervalos de tempo, nesses acontecimentos súbitos que nos parecem transportar para outro mundo (apesar de, na verdade, reafirmarem que a natureza é assim, aleatória, para todas as espécies que dela vieram), procuramos um sentido, uma causa para aquilo. Embora a segunda seja palavra correta para a situação, o mesmo não pode ser dito da primeira. Como exemplo, posso dizer que todos os eventos do mês de dezembro foram causas, direta ou indiretamente, para que eu tivesse a ideia de escrever uma última vez no ano neste blog, no intuito de falar sobre os meus recém-completados 25 anos. Causaram, também, com que eu não tivesse o tempo (ou melhor, a energia) para fazê-lo no dia do meu aniversário, e fizeram com que eu me visse no dia do Natal, outro 25, com a disposição de trabalhar no texto mais uma vez. E então, encontramos o significado onde não há, criamos um propósito, adicionamos nossa marca registrada que é a "razão de ser": falemos, no dia 25, sobre os meus 25 anos, e também sobre o ano de 2025. Está aí meu presente para os leitores. Na escrita e na vida, a arte de fazer o acidente parecer premeditado é uma habilidade valiosa.

domingo, 27 de outubro de 2024

Pós-créditos #8 – O Lobo de Wall Street

O Lobo de Wall Street


Ficha técnica

Ano: 2013
Gênero: Drama, crime
Direção: Martin Scorsese
Duração: 180 min (3h00)


Sinopse

Um corretor de ações de Nova Iorque se recusa a cooperar com uma investigação envolvendo fraude e corrupção em Wall Street, o mundo bancário corporativo e infiltração da máfia. Baseado na autobiografia de Jordan Belfort. [Traduzida do Letterboxd]

domingo, 23 de junho de 2024

Diários do Tabuleiro #1 – Campeonato Sergipano de Xadrez Rápido 2024

 Não me recordo ao certo se já mencionei o interesse pelo xadrez por aqui, porém se não o fiz, com certeza é uma falta grave. O xadrez tem me acompanhado há muitos anos, até mais tempo do que o próprio blog. Lembro distintamente das noites em que eu voltava da UFS, ainda no primeiro período em 2018, esquentava no microondas a comida que tinha sobrado do almoço (eu almoçava muito cedo e antes da minha família porque as aulas começavam às 13h) e, jantando sozinho com a luz da cozinha apagada, colocava meu celular na mesa e assistia ao primeiro canal de xadrez que encontrei: o canal do Renan Araújo. Inclusive, ele também tem um blog, o Vila do Renan que, apesar de inativo, vou deixar o link para você conferir o conteúdo que ele já produziu, tem muita coisa boa. Mas irei deixar os detalhes sobre os primórdios da minha jornada enxadrística para uma outra publicação. Decidi começar uma nova série no blog, na qual vou falar sobre os campeonatos que jogo, meus treinos, e o que mais vier sobre esse mundo infinito que é o xadrez. E, como estreia, nada melhor do que falar sobre a minha participação no Campeonato Sergipano de Xadrez Rápido 2024, que rolou nesse sábado, dia 22. Hoje vou organizar o texto primeiro falando sobre o dia do torneio de modo geral, trazendo um apanhado das rodadas e do resultado final, e depois vou tratar das partidas mais concretamente – e também trazer fotos e outras novas tecnologias para o blog!

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Hábitos saudáveis para se cultivar no início da década

Se eu tivesse o tanto de publicações quanto tenho de rascunhos, possivelmente o blog não teria ficado tanto tempo em hiato. Enquanto fazia o "planejamento" de 2024 — e por planejamento quero dizer uma vaga pilha de ideias com traços de coesão e noções de agenda —, pensei em revisitar aqueles textos que ficaram pela metade e ver o que seria possível fazer com eles. Foi uma das maneiras que encontrei de reestabelecer certa frequência de publicações, e também de aproveitar os pensamentos que ficaram por concluir, dar-lhes o fechamento que merecem, afinal toda frase precisa de um ponto.

Este post em particular teria sido o primeiro de 2020, por isso tem o título que tem. Para compor o texto, eu decidi preservar tudo que escrevi na época, sem tirar nem editar, e também acrescentar tanto uns breves comentários quanto uma ou duas seções que o tempo cochichou no meu ouvido. Notas do futuro. Acho que podemos chamar desse jeito. Enfim, aproveitem essa viagem ao passado recente!

Feliz ano novo! Perdoem-me o meu mês de atraso, este é o primeiro texto 100% redigido em 2020. Como podem ter visto, já comecei a publicar na década nova, com mais uma resenha para a série posfácio (que você pode conferir clicando aqui). Mas meus trabalhos blogueiros começam aqui e agora. Decidi, então, escrever sobre algo bem leve e ter uma conversa mais amistosa com meus leitores. Neste ano, fiz algumas metas para realizar até o próximo trinta e um de dezembro. Penso que alguns de vocês também tenham esse desejo, porém ainda não saibam exatamente o que colocar. Por isso, hoje trago algumas coisas a se colocar em prática e dou algumas dicas ou detalhes sobre cada uma delas.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Planos para 2024

 Devo aos meus leitores um sincero pedido de desculpas. A última publicação em que trato de algum aspecto pessoal meu, ou em que abordo assunto mais complexo que simples críticas de filme, é de junho de 2022. Muito tempo. Tempo demais. Sem querer repetir o que certamente nos demais textos já está abundante, mas arriscando ainda assim fazê-lo, é provável que nesse meio tempo eu tenha me perdido. A verdade é que os últimos meses (e, em particular, os últimos dias) têm sido uma intensa batalha entre partes de mim mesmo, algumas as quais eu nem sequer sabia da existência, e outras que francamente me assustam. Apesar disso, posso informar que estou tentando. Quem quer que seja esta nova pessoa que em mim reside, esse ser de indecifrável mistério e de estranheza mórbida, posso atestar que ele tenta, a passos incertos e talvez desesperados, encontrar o caminho de volta. Porém, não é disso que venho falar hoje. Essas desculpas que aqui peço a vocês que ainda continuam por aqui — e também a mim mesmo — também contextualizam o tópico desta publicação. Vamos conversar um pouco sobre quais serão os rumos do gabesness; no ano de 2024.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Pós-créditos #7 — Angel's Egg

 Angel's Egg

Capa do filme

Ficha técnica:

Ano: 1985
Gênero: ficção científica, fantasia, mistério
Direção: Mamoru Oshii
Duração: 71 min (1h11)

Sinopse:

Uma garota misteriosa vaga por uma paisagem desolada e sobrenatural, carregando um grande ovo. [Traduzida do Letterboxd]